As tecnologias digitais possibilitam aos jovens acederem a informações úteis socializarem ou mesmo distraírem-se quando passam por momentos difíceis. As redes sociais permitem também que jovens se liguem a outros que partilham dificuldades semelhantes e assim encontrem acolhimento. Contudo, as tecnologias também potencializam efeitos nocivos para a autoestima, porque encorajam “uma cultura doentia de comparação”, que “nem sempre se pode controlar ou prever o que se vai ver”.
Estas são algumas conclusões fornecidas por 60 jovens em situação de vulnerabilidade psicológica e participantes do estudo sobre competências digitais, cujo resultado pode ser encontrado na plataforma da CriA.On, associada a duas unidades de investigação, o ICNOVA e o CICS.NOVA, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Desenvolvido no âmbito do projeto europeu ySKILLS, este recurso digital visa aprofundar os estudos sobre bem-estar e competências digitais na adolescência. Para os participantes do projeto do Reino Unido e Noruega as competências digitais são essenciais para os auxiliar a “saber neutralizar algoritmos que sugerem conteúdos negativos” e a “saber identificar em quem se pode confiar na internet”.
Os jovens participantes também ajudaram os investigadores a comunicar os seus resultados em linguagem acessível, para que atinjam outros jovens e cheguem a profissionais de saúde. Os recursos gerados foram traduzidos para nove línguas dos países participantes, entre elas o português. A tradução para português contou com a colaboração de uma psicóloga educacional e foi validada por adolescentes quanto à clareza da linguagem.
Cristina Ponte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e coordenadora da equipa portuguesa do projeto ySKILLS, destaca que este novo recurso digital irá tornar possível conhecer as vivências particulares dos jovens europeus: “Por exemplo, raramente estes jovens procuram ajuda ou conselhos de pessoas que conhecem pessoalmente, por recearem ser mal-interpretados, punidos ou culpabilizados por coisas que correram mal online. E também referem que adultos que os procuram ajudar nem sempre entendem as suas vidas digitais nem respeitam a sua privacidade.”, acrescenta.
Lançado hoje em Portugal o recurso digital tem como objetivo auxiliar jovens e profissionais de saúde a compreenderem os efeitos positivos e negativos das tecnologias digitais. O recurso já está disponível para ser descarregado e visualizado de forma online e gratuita na plataforma da CriA.On. Veja o resultado aqui.
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